quarta-feira, 13 de maio de 2009

Sobre viagens

Dia destes compreendi, ou pelo menos, sintetizei um sentimento que tinha a respeito de visitas a diferentes países.
O que quero dizer com isto, é que percebi que, quando visita-se um país, os olhos de visitante nos impedem de ver o que mais há lá para ser descoberto.
Estamos aqui há cinco meses e meio e cada vez mais percebo que as primeiras impressões vão se alterando dia a dia.
Não que estejam erradas, mas com o passar do tempo podemos aprofundar conhecimento e ver que há muito mais abaixo da superfície.
Por esta razão mochileiros de plantão qualquer avaliação a respeito de qualquer lugar pode ser precipitada, assim como dizer que se conhece um local por ter passado em viagem por lá tambem não seria correto.
Visitamos lugares o que não implica em conhece-los verdadeiramente..
Um exemplo disto; os tons vocalicos que existem aqui dificultam muito para quem é estrangeiro aprender, mas ao mesmo tempo, as estruturas tem verbos simples e perguntas curtas com respostas também curtas.
Uma das primeiras coisas que se aprende é contar, por que é um dos pilares do pensamento chinês. Se você sabe contar de zero a dez, pronto, praticamente sabe as construções de todos os números.
Confesso que tenho dificuldade para memorizar preços de pesos. Todos os preços são calculados em medidas de 500g, então se mostro bananas eles respondem san kuai (Rmb 3,00), mas quando compro, isto será multiplicado pelo peso total... parece fácil mas quando precisa se compreender o que é dito e calcular rapidamente ...hummm, acabo misturando com os kilos de toda a minha vida.
Isto é um pouco da China, difícil de entender, muita coisa para ver e memorizar, mas ao mesmo tempo de uma simplicidade indiscritível
Lembro de um conto que li certa vez.
Um mestre Zen colocou em frente de seus alunos um lindo vaso e perguntou o que cada um acreditava ser ou conter naquele vaso de acordo com a visão Zen budista.
Logo começaram os debates, as discussões, até que o mestre foi até o vaso e o quebrou. Todos ficaram olhando sem entender nada. Assim o mestre disse:
-Não importa se algo é raro, bonito, exótico, caro ou o que seja, se te causa problema, elimine-o. Ao quebrar o vaso acabou-se o problema.
É isto que tento dizer quando menciono a palavra "simples".

Em nosso ponto de vista temos muitas situações incompreendidas, mas para nossa sobrevivência e sanidade devemos trata-las como o vaso do conto acima.

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