sábado, 18 de abril de 2009

Domingo de Feijoada


Hoje foi dia de Feijoada Brasileira em Macau. Além da feijoada, couve mineira, doce de abóbora, doce de leite, pão de queijo, caipirinha e farofa...
Nosso famoso Jorge Amado, quando visitava outros países costumava dizer que sempre levava um pouco do Brasil com ele, mas infelizmente não levava a farofa.
Pura verdade. Encontra-la aqui foi muito bom.
Nos divertimos, falamos portugues e encontramos outros tantos. Muito bom. Quando chegamos em casa só precisávamos de um banho, chazinho e cama.
Para mais fotos deste dia visitar: http://picasaweb.google.com/mirocadrehmer/Zhuhai#

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Para pensar

Sempre menciono o grupo heterogêneo de pessoas com as quais convivemos aqui.
É interessante ver e comprovar como a língua, as origens, as crenças fazem diferença na forma com que encaramos o desenrolar da vida e o que fazemos com nossas experiências.

Com meus dois filhos aprendi que, apesar da personalidade ser algo que podemos desenvolver e aprimorar, existem traços que já vem impressos e nos fazem únicos, isto já no momento do nascimento.
Eles tem a mesma educação, mesmos pais e são completamente distintos. Com eles passei a respeitar muito mais a individualidade dos outros.
Por vezes tentamos impor nossa opinião as pessoas; mas por mais absurdo que possa nos parecer, existe entre o branco e o preto, uma infinidade de tons e matizes que devem ser ouvidos e respeitados. Vale sempre a máxima: Não existem verdades absolutas.

Este grupo heterogêneo de mulheres, com idades e experiências completamente distintas, criou um book club; onde inicialmente, cada individuo deveria sugerir um livro que permitisse as demais vislumbrar as origens e cultura da sua colega, tentando ler na língua originaria do autor. Infelizmente isto não se mostrou possível.

A primeira coisa 'boa"é que, como temos que acatar as sugestões, acabamos lendo coisas que jamais leríamos se fosse de nossa própria escolha.
A segunda coisa boa é que, após a leitura tem-se uma reunião com a discussão do tema, que geralmente descanba para as experiência e opiniões pessoais. Isto é algo incomensurável... Vocês não podem imaginar o que sai dai.

E para mim, fica cada vez mais claro, que todos nós, em algum canto recondito temos um jardim secreto. Lá, bem no nosso interior, coisas que nunca revelaríamos para ninguem, por simplesmente não admiti-las.

Pensando nisto, recebi de uma amiga uma cronica da Martha Medeiros que acredito se inserir no contexto. Parem e pensem... talvez eu tenha razão...

O GRITO

Não sei o que está acontecendo comigo, diz a paciente para o psiquiatra.
Ela sabe!
Não sei se gosto mesmo da minha namorada, diz um amigo para outro.
Ele sabe!
Não sei se quero continuar com a vida que tenho, pensamos em silêncio.
Sabemos, sim!
Sabemos tudo o que sentimos porque algo dentro de nós grita. Tentamos abafar este grito com conversas tolas, elucubrações, esoterismo, leituras dinâmicas, namoros virtuais, mas não importa o método que iremos utilizar para procurar uma verdade que se encaixe nos nossos planos: será infrutífero. A verdade já está dentro, a verdade se impõe, fala mais alto que nós, ela grita.
Sabemos se amamos ou não alguém, mesmo que esteja escrito que é um amor que não serve, que nos rejeita, um amor que não vai resultar em nada. Costumamos desviar este amor para outro amor, um amor aceitável, fácil, sereno. Podemos dar todas as provas ao mundo de que não amamos uma pessoa e amamos outra, mas sabemos, lá dentro, quem é que está no controle.
A verdade grita. Provoca febres, salta aos olhos, desenvolve úlceras. Nosso corpo é a casa da verdade, lá de dentro vêm todas as informações que passarão por uma triagem particular: algumas verdades a gente deixa sair, outras a gente aprisiona. Mas a verdade é só uma: ninguém tem dúvida sobre si mesmo.
Podemos passar anos nos dedicando a um emprego sabendo que ele não nos trará recompensa emocional. Podemos conviver com uma pessoa mesmo sabendo que ela não merece confiança. Fazemos essas escolhas por serem as mais sensatas ou práticas, mas nem sempre elas estão de acordo com os gritos de dentro, aquelas vozes que dizem: vá por este caminho, se preferir, mas você nasceu para o caminho oposto. Até mesmo a felicidade, tão propagada, pode ser uma opção contrária ao que intimamente desejamos. Você cumpre o ritual todinho, faz tudo como o esperado, e é feliz, puxa, como é feliz. E o grito lá dentro: mas você não queria ser feliz, queria viver!
Eu não sei se teria coragem de jogar tudo para o alto.
Sabe.
Eu não sei por que sou assim.
Sabe.

domingo, 12 de abril de 2009

Domingo de páscoa


Mesmo não existindo Páscoa na China, enviamos muitos e-mails para o coelhinho e não é que garantimos a visita do danado!
Ele veio durante a noite, nos deixou chocolates e tambem a lembrança de que Páscoa é ressurreição.

Bem diferente do Brasil onde os supermercados e lojas devem estar apinhados de todo o tipo de guloseima e ovos dos mais variados tipos, por aqui, no máximo se encontra algum ovinho de plástico e alguns restaurantes decorados.

Neste país, Cristo não existe, catolicismo não existe, movimentações religiosas são proibidas, logo não se podia esperar muita coisa.

Contrariando as probabilidades o coelho passou por aqui, deixando ovinhos pequenos mas muito coloridos em cestinhas de papel que os meninos pintaram e onde colamos algodão para o pelo do coelho.
Minha avó sempre diz: -"Quando temos muitas opções de alguma coisa, temos dúvida e logo a dúvida vira um problema. Se só se tivesse uma escolha a vida seria muito mais simples."
Muito certa ela está.
Com a falta de 'coelhos" os meninos ficaram vibrando com a pequena surpresa que receberam. Lição aprendida. A felicicidade está nas pequenas coisas; na lembrança, na emoção e não no tamanho do ovo.
Aproveitamos nossa família, foi bom acordarmos juntos, abraçar-nos e comemorarmos a vida que todo o dia recomeça.

Para o almoço, fomos a casa da Argentina que vive aqui e que sempre possibilita a sensação de estarmos em uma grande família. Foi ela que organizou a festa de Natal com chegada do Papai Noel e a ceia de Ano Novo
Mais uma vez adultos e crianças aproveitaram.
Os grandinhos conversando, descontraindo e dividindo a culinária mais diversa possível, pois, para facilitar cada um levou um prato.
As crianças tiveram caçada aos ovos de Páscoa (Foto), corrida do ovo, e várias outras brincadeiras, ou seja, se divertiram muito também.

Nossa vida aqui, com certeza fica mais leve, por termos a sorte de termos encontrado pessoas tão boas e especiais.

Feliz Páscoa a todos!