sábado, 2 de maio de 2009

Sutil diferença

tempos tenho tentado perceber o que me fazia ter a sensação agradável quando algum chinês me explicava ou mostrava algo.
Hoje, no onibus indo ao supermercado me dei conta. É a forma com que mostram e indicam as coisas.
Ao contrário do que nós fazemos, não utilizam apenas os dedos indicadores firmemente retos e direcionados como setas, agulhas ou algo que atinge diretamente a um alvo.
Este povo mostra as coisas, caminhos, direções com toda a palma da mão; a extendem como se a desenrolassem e assim vemos para onde ir.
É algo suave, mais gentil, menos direto e seco. Tentem visualizar para sentir a diferença.
E a mesma coisa se repete quando oferecem ou devolvem algo; pode ser até mesmo o troco no caixa. Sempre seguram com as duas mãos, palmas viradas para cima como uma oferta respeitosa e não um gesto que parece dizer: Pega esta porcaria e sai logo daqui!
Apesar de não ser permitido nenhum tipo de manifestação religiosa, ou mesmo eu que nem tão católica ou praticante sou, posso dizer é possível sentir Deus nestes pequenos gestos, nestas gentilezas...

terça-feira, 28 de abril de 2009

Cooking class

Em uma postagem anterior contei sobre o book club, agora vou contar sobre o cooking class.
Mais uma vez, este grupo de mulheres que são o exemplo vivo do que significa globalização, se reúne para partilhar e compartilhar momentos únicos.

As feministas que me perdoem mas estas reuniões na cozinha, em meio a panelas, receitas, farinha, risadas e alguns copos de vinho são uma terapia.

Normalmente as francesas ensinam seus segredos de cozinha, mas nesta última "aula" tivemos, além da Tarte tatin (uma delicia com maçãs), Barracuda Caribenha e Creme de abobrinha, a colaboração das italianas com a receita de molho de tomate da mama, molho bechamél e mais uma receita para fazer ricota.
Depois deste primeiro passo, recheamos canelones de ricota e espinafre e cobrimos com o molho de tomate e Bechamél. Hummmm

Uma das maravilhas é que todas interagem e literalmente pegam na massa. Uma mexe o molho, outras recheiam os canelones, outras ajudam a cortar os ingredientes e no meio de tudo isto um monte de conversa.
Aprendemos muito mais que cozinhar. Aprendemos a respeitar, compreender e apoiar umas as outras.
Não pensem que tudo são flores e nem poderia ser com tantas diferenças. Muitas vezes é uma Babel. Independente das diversas opiniões e pontos de vista, sabemos que podemos contar com o apoio uma das outras. A mais nova agregada é uma indiana que aparece ao meu lado na foto.
Apesar de tímida, ela disse que não se sentia tão bem assim desde seu tempo no ginásio com suas amigas.
Acho que é esta a essência, por isto saímos leves e felizes.
Somos mulheres adultas, com marido, filhos, problemas, estórias; mas mais do que tudo mantemos nossa menina interior viva, viva e feliz!