sábado, 27 de dezembro de 2008

Vida Dura, essa na China...

Olá Pessoal, hoje com o Mr. Drehmer no comando das palavras, aproveito pra mostrar a verdade das dificuldades que estamos passando por aqui.


Ontem, paguei minha promessa com a Mirian, pendente desde Gravataí, e a levei a um centro de reflexologia, ou foot massage.


Fomos levados a uma sala particular, onde eu a Mi faríamos uma massagem básica nos pés e as crianças deveriam, após muita instrução, ficar quietas, o que o PlayStation e o Nintendo DS conseguem ajudar imensamente.

Duas chinesas (que devem ter pós graduação em tortura) foram responsáveis pela iniciação da Mi nesta sessão de 1 hora de massagem nos pés e pernas. Os video games até que cumpriram seu papel e saímos dalí pra jantar uma boa massa no restaurante Pecatto di Golla do italiano boa vida Simona.

Barriga cheia, meio tontos por conta de 1 litro de cerveja Becks bem gelada, fomos dar uma olhada na noite de Zhuhai e levar os Guris pra primeira balada deles.


Fomos ao Rude, onde encontramos o Cesar, que além de muito legal é Uruguaio.




Com a Mirian iniciada aos Mojitos, Gabriel e Thiago queriam curtir a música na pista de dança, mas, como os pais dessas crianças não podem ficar na rua até muito tarde, decidimos começar a voltar pra casa, mas não antes de dar uma volta na Bar Street.





Hoje (Sábado) foi dia de sairmos pra dar uma volta na praia, e aproveitamos no caminho para cortar o cabelo. A idéia inicial era só eu e o Thiago cortar, mas o Gabriel vendo a sessão de massagem capilar que se ganha quando se vai cortar, decidiu acompanhar para lavar. O corte ele achou melhor não arriscar, pois segundo ele: Acho que os chineses não sabem cortar cabelo crespo, né mama?



O brabo foi conseguir achar as crianças embaixo de quase 50 chinesas que se aglomeravam para ver e tirar fotos dos dois.

Eu e a Mi cobramos que eles sejam simpáticos quando os chineses vem paparicar eles, mas convenhamos que deve encher o saco ter de tirar umas 30 fotos com umas chinesinhas fazendo "V" com os dedos...






Passado isso, na praia de Zhuhai, o Gabriel foi andar de Quadriciclo.







A tarde foi no Gongbei pra olhar algumas coisas. Como sempre compramos um monte de quinquilharias que não precisávamos, mas estavam baratas...

Amanhã, vamos a Macau cedo pela manhã com o Jorge (brasileiro da EPCOS). Vamos dar uma volta no centro histórico, almoçar por lá (quem sabe numa das churrascarias!!!), dar uma olhada nos cassinos, e antes de voltar encher as mochilas nos supermercados com coisas brasileiras!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Cartinha para o Papai Noel

Querido Papai Noel,

Este ano fui uma garota esforçada e fiz direitinho todas as minhas tarefas; inclusive mudei-me com minha família para este outro canto do mundo e estou superando até minhas próprias expectativas.

Então Sr. Papai Noel, dá para facilitar um pouco minha vida e me mandar TODOS os manuais destes electrodomésticos íncriveis que temos aqui em casa em português ou inglês juntamente com os respectivos controles remotos?

Sim, porque de nada adianta uma máquina de lavar que lava, seca e até passa se não acerto nenhuma combinação além da mais básica programação.
E a TV então, muito bonita, grande... 52 polegadas, tela com alta definição, entrada para todo o tipo de software, mas nos botões só tem pauzinhos... Sinceramente Papai Noel... Isto só pode ter sido sacanagem de algum daqueles seus duendes.
Tem também o forno, que claro, é micro-ondas e forno elétrico, só que está na mesma situação da TV. Ontem passei 3 horas tentando assar um bolo de banana e tudo o que eu consegui não dá nem para contar aqui; só digo que me deu pena da forma e das bananas.

Até logo mais a noite, tomara que ainda de tempo e o senhor receba minha cartinha.
Posso lhe assegurar que este meu pedido não é nada egoísta e faria feliz a mim e toda minha família, afinal teve uma outra noite que meu marido ficou uma hora na frente da tv tentando ajustar o tamanho da tela de exibição.

Bom trabalho e um Feliz Natal!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Sobre o Natal

Quando viemos para cá, preparei meu espírito para não ver sequer uma bolinha de Natal.
Esta é uma data cristã e não faz sentido chineses comemorarem o nascimento deste cara chamado Jesus Cristo.
Para minha grata surpresa, com a passar dos dias e o natal se aproximando, os shoppings colocaram enfeites, as ruas ganharam iluminação temática e em alguns restaurantes é possível encontrar garçons utilizando touquinhas vermelhas.
O pessoal não dorme no ponto. Apesar de ser uma data sem sentido para eles, não deixaram passar em branco para os muitos estrangeiros que vivem aqui. Afinal, nossos rbms (moeda local) são muito bem-vindos no comercio. Lucro para eles, familiaridade para nós.

No hall de nosso prédio foi colocada uma árvore decorada com fibra ótica que faz um efeito degrade de cores, além de ter nuances fortes e fracas as luzes se alternam em cinco cores diferentes. Tem também um papai-noel e até floquinhos de neve desenhados na porta de entrada. Será a chegada do cristianismo por estas terras? Acredito mais em impulsionar o aumento das vendas e agradar clientes.
Uma coisa muito boa em Zhuhai é que a comunidade de expatriados é bem unida. Digamos, que este grupo de forasteiros funciona como uma comunidade. Os mais experientes auxiliam e integram os recem-chegados.
Somos logo convidados a participar de jantares e outros encontros. Sempre há troca de telefones e como a língua por aqui não é uma coisa muito fácil, ter um cartão pessoal a mão, sempre em inglês e chinês, é coisa bastante usual. Assim quando precisamos ir a casa de um ou de outro basta mostrar o cartão ao taxista.
A mesma pratica se tem com restaurantes. Se foi a algum lugar com alguém e gostou, peça o cartão para poder voltar. Já tenho meu porta-cartões e posso assegurar que funciona muito bem.
Agora voltando ao natal.
Dia 23, hoje, é dia de reunião para fazermos ravioles, dia 24 na ceia os ravioles feitos serão servidos e dia 25 chegou o natal!
Não consigo deixar de estar indignada. TODOS TRABALHAM NORMALMENTE....COMO?! Este é um dia em que se fica com a família, que curtimos estarmos com quem amamos, que vemos filmes de Jesus Cristo, que aproveitamos os presentes.
Aqui não. Meu esposo vai trabalhar normalmente e eu e as crianças ficaremos em casa.
Vou fazer algo legal para não sentir tanta falta do Brasil e do monte de amigos, família, festas, reuniões e barriga estufada que temos por ai.
No meio desta revolta, nestes dias antes da noite de luz, estou descobrindo o verdadeiro espírito de Natal. Não importa esta distancia, não importa esta cultura tão diferente, não importa não ter religião.
Somos o que somos e levamos no peito tudo o que nos é mais precioso.

Aqui, a milhares de quilometros de distância, vocês todos estarão bem juntinho de nós. Em nossos pensamentos e em nossos corações e tenho certeza de que apesar de ser este um natal sem ceia, sem músicas e sem tantos encontros, será um natal muito feliz.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Gritos na noite

O tempo por aqui não deve seguir a regra de segundos que rege o resto do mundo. Normalmente fazemos um montão de coisas e mesmo assim as horas se arrastam. O ritmo das coisas não é corrido, as pessoas não correm.
Noite destas acordei com gritos desesperados de uma mulher na madrugada. Notem que os gritos eram realmente desesperados porque moramos no vigésimo primeiro andar em frente a um hotel da rede Holiday Inn.
Fui logo para a sacada pensando que eu precisa fazer algo para ajudar; mas fazer o que se nem ao menos compreendia o que ela gritava? Tudo o que sabia era do desespero na sua voz.
Como ajudar alguém se não compreendemos o que passa? Como chamar a policia se não sabemos o que dizer ou como falar? Chamar a policia ou uma ambulância?
Ao perceber minha impotência, fiquei ali, petrificada naquela sacada, rezando silenciosamente para que tudo desse certo, seja lá qual fosse a necessidade daquela criatura.
Observei que haviam cinco ou seis táxis parados na rua, que algumas pessoas; funcionários do hotel iam e vinham e a mulher seguia gritando.
Imaginei que deveria ter algo a ver com algum taxista, talvez um atropelamento... Foi quando para me resgatar de meus devaneios ouço sirenes, após uns segundos, ou seriam minutos? As vi. Eram ambulâncias, mas viam como se fizessem um passeio.
Aquela hora da madrugada, nossa avenida, que é uma das mais movimentada de Zhuhai, estava praticamente vazia, e para meu desespero as ambulâncias não corriam. Primeiro veio uma, em seguida outra. Os enfermeiros desceram e caminhavam até onde estava a mulher. E eu de minha sacada pressa na minha agonia, pensava.. Seria mais rápido se a pobre tivesse tomado um táxi. Os táxis por aqui são o meio de transporte mais rápido. Mais do que os carros particulares.
Enfim, carregaram a mulher e seus gritos embora. Fiquei eu, com o coração apertado. Fui ao quarto dos meninos, depois retornei ao meu, olhei meu marido. Tudo o que eu sei é que somos frágeis, muito mais do que queremos crer.

Momento relax

A cadeira que aparece na foto em post anterior é uma coisa fantástica!
Trata-se de uma cadeira de massagem, mas não como as que encontramos no Brasil com aqueles vibradorezinhos, nada disto.
Quando senta-se nesta poltrona daqui, ela automaticamente se ajusta ao seu tamanho, isto vale tanto para altura quanto largura, através de um sistema pneumático.
Logo que senta-se nela as pernas vão para uma posição relaxante, em seguida inflam-se almofadinhas na altura dos quadris, panturrilhas e braços, esta almofada inflada exerce uma pressão considerável mas relaxante, enquanto isto nas costas e cabeça o revestimento começa a se mover como se fossem mãozinhas arredondados, parecido com um punho fechado. A sensação é de uma massagem real, como se logo ali existisse alguém nos massageando. Fantástico!
Tudo isto pela singela quantia de 27.000 rmb, o equivalente a mais ou menos R$ 9.000.
O que valeu disto tudo é que enquanto as vendedoras babavam pelos cabelos crespos e negros do Gabriel e pelas bochechas fofas do Thiago, a mamãe aqui ficou fazendo massagem relaxante de graça.