terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Bom, o que posso dizer sobre esta mudança...

Normalmente adultos, muito mais que crianças, são resistêntes a mudanças, sejam elas quais forem. Se bancos implantam um novo sistema para nossa proteção, logo dizemos que é ruim, dificil e por ai vai. O mesmo se passa quando em nossos empregos implantam novas sistematicas, mudam hierarquias, etc..
Tudo no inicio tem uma configuração inusitada, ficamos inseguros e esta insegurança gera medo. Medo do novo.
O que nos aguarda? Conseguiremos atender as expectativas? Teremos sucesso? Seremos felizes?

Todas estas perguntas somente serão respondidas se tentarmos, se arriscarmos, se nos permitirmos viver e descobrir o que cada nova curva no caminho nos reserva.

A decisão de morar na China implica em aceitar uma vida nova.
Afirmo que assim como iremos morar no outro lado do globo, nossas experiencias, conhecimento, preconceitos e vidas nunca mais estarão no mesmo lugar.
Uma mudança de grandes dimensões físicas, culturais, religiosas e politicas. E certo que a despedida não é fácil. Para cada escolha feita outras tantas são deixadas a margem. Isto nos angustia.Minha natureza me fez ter raízes profundas. Ajuda apegar-me ao pensamento de que esta partida é apenas um até breve.

Lembro-me de uma estória de Nan-In, um antigo mestre japonês durante a era Meiji (1868-1912), que certa vez recebeu um professor de universidade que veio lhe inquirir sobre Zen. Este iniciou um longo discurso intelectual sobre suas dúvidas. Nan-In, enquanto isso, serviu o chá. Ele encheu completamente a xícara de seu visitante, e continuou a enchê-la, derramando chá pela borda. O professor, vendo o excesso se derramando, não pode mais se conter e disse: "Está muito cheio. Não cabe mais chá!" "Como esta xícara," Nan-in disse, "você está cheio de suas próprias opiniões e especulações. Como posso eu lhe demonstrar o Zen sem você primeiro esvaziar sua xícara?"

Para podermos continuar aprendendo primeiro temos que livrar nossas mentes dos conceitos pré concebidos, aceitar o novo e após reflexão extrairmos aquilo que realmente importa.

Veremos o que esta terra nova nos reserva.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Goethe em viagem a Itália

"Nothing above all is comparable to the new life that a reflective person experiences when he observes a new country. Though I am still always myself. I believe I have been changed to the very marrow of my bones.

"Nada, acima de tudo, se compara à vida nova que uma pessoa que reflete experienta quando observa uma terra desconhecida. Apesar de eu ainda ser sempre eu mesmo, acredito que fui mudado até a medula de meus ossos"


E olha que ele foi a Itália, imagina a China...

Semana emocionante

Quando falo em emocionante, o que me vem a mente é algum tipo de aventura radical ou acontecimento sobre o qual temos pouco controle e ainda assim nos arrebata, porem, ao dizer que minha última semana foi em especial emocionante, quero dizer o sentido primeiro da palavra.
Emocionante: que emociona, choro, emoção, sentimento forte que se apodera de nossos sentidos e acrescento saudades de pessoas, situações e coisas que ainda não se foram, mas que em breve irão partir.
Inverto o quadro aqui, pois é esta a sensação que me ocorre. Parece-me que não sou eu que vou para esta vida nova em tão distante país, mas sim, que as situações de meu cotidiano me deixam.
Sinto não ter tido estabilidade para dizer até logo, mas sou muito sentimental e tenho um problema grave de vazamento nas fosas nasais, que por mais que me esforço teimam em continuamente ficar pingando.
Talvez a medicina chineza tenha cura para isto... quem sabe?